quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Uma noite no museu da Quinta da Boa Vista...

Coordenador: Bernardino / Professora: Irene.

A partir de uma visita ao palácio em que morou Dom João VI (mais conhecido por nossos alunos do sexto ano como “Dom João Carioca”) e ao museu que ele abriga, os alunos das turmas 2606 e 2608 desenvolveram pequenas narrativas. A atividade proposta não foi a de que contassem a visita que realmente aconteceu, mas sim a de que imaginassem um fim inesperado para a excursão: e se eu fosse esquecido na Quinta da Boa Vista? O que aconteceria à noite no museu fechado?

Selecionamos algumas dessas “aventuras”. Quase todas apresentam como cenário o museu visitado e falam de peças de seu acervo. Além disso, evocam, de uma forma ou de outra, a figura de Dom João VI, conhecido pelos alunos desde o primeiro trimestre, graças à leitura do livro Dom João Carioca, de Lilia M. Schwarcz.

TEXTO 1

Aluna: Juliana Barboza – turma: 606.

Naquela noite escura e chuvosa, eu e as múmias dormimos no museu. Você, leitor, deve estar se perguntando como isso aconteceu e quem seria o idiota que dormiria em um museu: eu. Mas não foi bem porque eu quis. ESQUECERAM DE MIM LÁ. Mas, votando à história: eu estava andando pelo museu escuro e assustador quando ouço um barulho: Na ponta dos pés, fui ver o que era. Vi uma coisa se mexendo. Cheguei mais perto e vi que sua sombra era gigante, preta e feia. Quando olhei para baixo era... uma barata.

- Uma barata? Eu vim aqui por causa de uma barata? Barata idiota...

E acabei matando-a.

Mas, quando olhei para trás, vi que a noite, de repente, tinha ficado mais interessante.

-Ah, uma múmia!

(Pelo menos eu acho que o nome daqueles homens enfaixados é esse).

-O que houve, querida? Se assustou? – ela me perguntou.

- Se eu me assustei? Imagina! Do nada aparece uma múmia na minha frente... isso é super normal! – falei, botando o coração para fora.

- Está bem, mas se você quiser eu te dou a minha cama... – ela falou.

- Não, obrigada, eu me viro! Além do mais, já devo estar dormindo – falei, dando as costas para ela e indo para outra sala.

- Ai, ai! Aqui posso dormir calmamente...

Estava me acomodando quando, de repente, vem um DINOSSAURO.

- Buá! – ele chorou.

(Não sabia que dinossauros choravam).

- Que foi agora?

Ele fez ceninha:

- Estou sem um osso! Buáááá!!!

- Não acredito que você está chorando por causa de UM osso! – falei – tem tanta gente com prótese.

- É, mas eu sou um animal histórico.

- E daí? –foi o que eu disse – ninguém se importa com os dinossauros, eles não existem mais!

- Por isso mesmo! Somos coisa de museu. Históricos. – ele insistiu.

- Meu Deus, devo estar sonhando! Estou discutindo se um dinossauro é ou não é histórico com o próprio! – falei, botando a mão no coração.

- Má, você é muito má! – choramingou.

E saiu correndo.

- Será que agora posso dormir? – me perguntei.

Na mesma hora, me respondi:

- Não!

É que o crânio da Luzia veio quicando na minha frente.

- Oi – ela falou.

- Tchau! – respondi, dando as costas.

- Não me dê as costas, sou mais velha do que você! – ela resmungou.

- Ô, se é! Oitenta mil anos mais velha... – respondi.

- Olha o respeito! – resmungou mais uma vez.

- Ta parecendo minha avó: ela mora em Juiz de Fora e você foi encontrada lá; ela é negra e você também; ela se chama Luzia e você também; você é resmungona e ela também; olha só as coincidências... – falei, rindo.

- Vou embora, pois não dá para ficar ouvindo isso!

E saiu quicando.

- Ainda bem que ela foi embora! Agora vou dormir.

- Cocoricocó! – um galo cantou.

- Ai, não, o galo cantou... – reclamei – isso quer dizer que não foi tudo um sonho...

Desci. Abriram o museu e fui embora. Hoje, agora, neste momento, eu estou contando a história para você e para meus colegas.

Acredite se quiser, mas realmente aconteceu. E não foi um sonho... até gostaria que fosse. E, se fosse um sonho, teria sido tão bom! Melhor do que ter acontecido de verdade.

TEXTO 2: “Um passeio... diferente”


Aluna: Karen – turma: 606

Na minha escola, não acontecem muitos passeios para museus e outros lugares. Este ano nós fizemos um que pode até ter sido o último: foi ao museu da Quinta da Boa Vista.

Quando chegamos lá, tudo parecia normal, uma visita comum, como qualquer outra. Até nossa turma parecia normal, mesmo com tanto bagunceiro.

Já estava no final da visita quando eu e minha amiga Bruna fomos olhar as múmias. Não tinha ó a gente lá na sala. A maioria da turma e uma professora também estavam presentes, olhando os sarcófagos e tudo o mais. Como você, leitor, está percebendo, esta história está muito chata, mas já vai melhorar.

Como comentei, estava acompanhada da Bruna, uma das minhas melhores amigas. Fomos nos juntar ao resto da turma, que estava indo embora, porém ocorreu um probleminha. Tinha um buraco no chão, que não era pequeno, não.

- Vem logo, Bruna!- chamei.

- Não dá, meu pé está preso aqui no chão! – exclamou.

- Deixa de frescura! – emburrei - a gente vai se perder da escola!

- Então, pára de reclamar e vem me ajudar!

- “Tá”.

Puxamos e puxamos o pé dela e nada. Todos já tinham ido e já passava das cinco horas da tarde, hora do museu fechar.

- “Caraça”! O museu fechou e essa porcaria de buraco ainda “ta” prendendo meu pé!

- Já sei. Vou buscar algo bem pesado para eu jogar no chão e ver se ele quebra. Aí, você vai cair lá no porão do museu... depois eu desço e a gente tenta sair daqui!

- OK!

Peguei um vaso de plantas enorme que estava por ali e taquei no chão. Só que, antes que o vaso caísse, uma múmia o pegou, no ar! E disse:

- Não destrua o museu!

- Ai, meu Deus! Bruna, olha isso!

Quando ela se virou e viu a múmia, começou a gritar.

- Calma, sou como você, só que uns dez mil anos mais velha! Reparei que estão com problemas, mas tenho a solução para eles.

- Qual? – perguntei.

- Espera! – mandou a múmia.

Rapidinho, ela veio com a solução.Não sei bem o que era, parecia um pó corrosivo. O chão derreteu por alguns minutos, o suficiente para a Bruna tirar o pé. Depois o chão se restaurou sozinho...

- Obrigada! – exclamou minha amiga.

- Você sabe se tem algum lugar para nós dormirmos aqui? – indaguei.

Ela nos levou a uma sala e foi lá que dormimos e descansamos. No dia seguinte, conseguimos sair. Ainda bem que tudo deu certo!

TEXTO 3


Aluna: Bianca Manso da Silva - turma: 606

Era uma quinta-feira e fui para o Museu da Quinta da Boa Vista, em um passeio escolar. Confesso que achei que ia ser chato. Ora bolas, eu queria diversão naquele dia, pois havia melhorado de uma gripe horripilante!

Bem, voltando ao passeio: nós, minha turma e eu,fomos até lá andando. Os alunos, literalmente, pararam o trânsito no caminho.

Quando chegamos ao museu, esperamos de cinco a dez minutos no sol quente. Quando finalmente entramos, nos deparamos com a catraca e logo depois com o meteorito de Bendegó.
Logo depois, começamos a nos sentar e levantar o tempo todo para ouvir as explicações sobre cada coisa e olhar os objetos de cada sala.

Vimos tudo, ou melhor, quase tudo. Quando estávamos voltando, parei, porque fiquei fascinada pela sala das múmias. Meus olhos não desgrudavam delas e muito menos das palavras que eu tentava decifrar naquelas pedras. Fiquei sentada por horas e não consegui decifrar um símbolo sequer. Levantei-me com a auto-estima lá nos confins do mundo.

Depois de xingar, bater e insultar a minha inteligência, percebi que eu estava sozinha, desamparada, rejeitada e com fome. Eu tentava me concentrar na situação mas só pensava na pizza que comeria na chegada da escola, se é que eu voltaria para lá naquele dia fatídico e chato. Além de ir ao museu, simplesmente porque eu não queria perder matéria e tal, será que ia fazer parte do trabalho dormir COM a matéria?

Tempos depois, percebi que o museu estava realmente fechado e que todos já tinham ido embora. Olhei para o relógio, desesperada, e me deparei com a hora, eram exatas seis e meia da tarde. Minha primeira reação foi gritar “caramba!”, e ouvir o eco da minha voz.

Quando olhei para trás, vi as múmias se levantando! Fiquei com muito medo e achei que elas iam me atacar! De repente uma delas apertou um botão que se localizava em um controle e abriu um buraco no teto. Uma coisa descia sem parar. Surpreendi-me quando vi o que era: simplesmente, um globo de vidro, desses de boate. E todas começaram a dançar. Dez minutos depois, pararam.
Fiquei pálida quando vi que, de dez em dez minutos, aquilo se repetia em salas diferentes. Passei de um lado para outro para ver a festa de diferentes povos e histórias, pois vários deles haviam desaparecido jovens ou tragicamente.

A última sala era a que falava sobre alguns povos indígenas. Ela tinha um desenho estranho (os índios estavam comendo um órgão de um ser humano). Passei por essa sala reclamando:

- Ai, que fome!

E um fato inusitado aconteceu: o desenho falou, dirigindo-se a mim:

- Quer um pouco? Nós temos muito aqui!

Minha reação foi sair correndo. Mas fui vencida pelo cansaço e acabei dormindo na sala dos dinossauros.

Acordei no outro dia renovada e com mais fome. Dei-me conta de que ninguém havia me procurado. Senti-me abandonada mas, quando raciocinei mais claramente, pensei que minha família não poderia ter feito aquilo comigo.

Bom, isso não importava. Precisava sair daquele lugar e continuar minha vida de onde tinha parado. Consegui sair de fininho e percebi que todos estavam lá fora, todos os alunos. Ou seja: o mundo tinha parado enquanto estava lá dentro. Aquele museu se transportava para outra dimensão à noite. Entendi então o porquê de ninguém me ligar naquele dia...

TEXTO 4: “Uma noite fora de casa”


Aluna: Letícia Rufino Vieira - turma: 606

Neste mês, eu e minha turma fizemos um passeio ao Museu da Quinta da Boa Vista.
Bem, o evento era para ser legal o dia inteiro, mas... não foi como eu esperava.
Nós saímos da escola e fomos a pé para a Quinta.

Chegando lá voou pergunta pra todo lado, mas a professora, bem esperta, conseguia responder tudo.

O tempo foi passando e eu, doidinha para ir ao banheiro, perguntei:

- Professora, posso ir ao banheiro? (Preciso fazer xixi!)

- Tá, tá, vai lá...

(Não pense que a professora falou assim comigo porque ela era desse jeito, foi pela bagunça da turma...). Bom, não demorou muito... eu já estava no banheiro.

Passou um tempinho e eu saí do toalete, mas não encontrei ninguém mais, nem os seguranças de lá.

Tentei todas as saídas, mas estavam trancadas.

A professora chegou ao colégio e não notou que estava faltando um aluno (no caso, aluna): eu... viram como eu sou insignificante? Nem a Dafne se lembrou de mim!

É... aquela noite foi terrível, mas não teve fantasma, nem coisas dentro do museu ganharam vida. Isso já seria um exagero. Só havia os bichos do zoológico, que estavam trancados na Quinta da Boa Vista, pertinho de mim. Bem, eu achava que eles estavam trancados!

Logo que escureceu, não se passou nem um minuto e chegaram até mim uma cobra, duas, três... caramba! Já estava a bicharada toda em volta de mim!

Pronto! O meu medo tomou conta do lugar!

De repente chega o leão, o rei da selva. Eu achei que ele fosse falar comigo, como em todos os filmes da televisão, mas ele começou foi a rugir (se para ele isso é falar, para mim é me assustar!).

Bastou um minuto para todos começarem a fazer os seus respectivos ruídos.

Eu estava sem escolha, a não ser correr. Mas não deu certo e eles conseguiram me pegar e me amarrar com uma corda! (Não me pergunte como!).

Eu achei que teria que passar uma noite inteira lá, mas a minha super vovó colocou milhares de policiais para me procurarem. Acharam-me jogada do lado de fora do museu.

E não é que os animais tinham me colocado pra fora, porque eu, assustada do jeito que estava, comecei a fazer o que eu mais faço de melhor? Perturbar. E, assim, eu consegui ser resgatada.
Bem, é essa a história. Lá vai uma dica: ouça sempre a sua avó. Pra mim, ela sempre diz que se por acaso alguém me seqüestrar é para eu perturbá-lo bastante, que ele vai querer pagar para me devolver!

TEXTO 5: “Viagens no tempo são coisas do antigo Egito”


Aluno: João Pedro da Costa Macabu – turma: 606

Numa visita fatídica ao Museu da Quinta da Boa Vista, quem vos fala ficou preso.

Em uma fatídica excursão ao Museu da Quinta da Boa Vista, depois de ficar preso, fui vasculhar o lugar à procura de uma saída de emergência. Quando passei pela exposição egípcia, ouvi um barulho. Olhei e vi que era uma múmia se mexendo dentro do sarcófago. Então me assustei e, mexendo-me para trás, quebrei um vidro e encostei e uma relíquia, sem querer.
A relíquia então se abriu, revelando um mecanismo de madeira que, ao tocar-me, mandou-me para o antigo Egito... onde não fui muito bem recebido. Cheguei no meio da construção de uma esfinge. O guarda das obras falou:

- Volte ao trabalho, escravo insolente!

- Ei! – respondi – Eu não sou um escravo e não vou trabalhar.

- Entendi... – disse o guarda – Guardas! Peguem este traidor!

- Aaaaaaah! – gritei – Rá, poderoso deus do sol, se tu me amas e queres que eu viva, me ajude!

Então, ao correr, caí em um buraco na areia.

- Obrigado! – gritei.

Então, ao pegarem-me, os guardas me levaram ao faraó, que me estranhou logo que me viu, por causa da minha aparência. Logo que começaram a falar dos meus “delitos”, mandou matar-me. Então logo vi que o faraó parecia infeliz. Pedi para falar:

- Majestade! Deixe-me conversar com Vossa Excelência, por pouco tempo...

- Devemos silenciá-lo, Majestade: - perguntaram os guardas.

- Não! – respondeu o faraó – Deixem-nos a sós.

Depois, dirigiu-se a mim:

- O que tu queres, forasteiro?

- Só quero que me deixe viver, Excelência. – respondi.

- Está bem, porém tu terás que trabalhar na construção – disse o faraó.

Depois de muitos ciclos solares, o faraó veio a mim, enquanto eu levantava uma pedra por uma corda. Trazendo uma caixa, disse-me:

- Forasteiro, tu fizeste um grande trabalho. Por isso, esta caixa é pra você. Um mecanismo que vai te levar para casa.

- Uau! – surpreendi-me – Muito obrigado, Vossa Majestade!

Ao soltar a corda, eu fiz a pedra pendurada bater e destruir o nariz da esfinge. Enquanto todos olhavam o monumento com espanto e raiva de mim, fui embora, dizendo:

- Foi mal, estou com muita pressa! Tchau!

E, ao dizer isso, usei o mecanismo para voltar para o futuro no exato momento em que parti. Cheguei dizendo:

Nunca vou me perdoar pelo nariz quebrado!

TEXTO 6: “Arrumação de cabelo demorada”


Aluna: Mariana Alves – turma: 606

Numa quinta-feira de muito sol, houve uma excursão da turma ao Museu da Quinta da Boa Vista. Nós caminhamos juntos e, quando chegamos lá, apreciamos as obras e ouvimos as explicações das professoras.

O grupo deu uma pequena parada para ir beber água e ir ao banheiro. Obviamente, fui ao banheiro para dar uma olhadinha no meu cabelo, no espelho. Arrumei-o e, quando saí de lá, não encontrei as turmas. Pensei: “Pelo visto demorei muito na arrumação do meu cabelo e o grupo foi até embora... e me deixou, rejeitada, aqui!”.

Fiquei muito triste, pois, obviamente, eles podiam ter me esperado. Andei pelo Museu para ver se eu encontrava alguém, mas só tinha réplicas, fósseis, obras e placas.

De repente, escutei um barulho. Olhei para trás e não vi ninguém. Continuei andando, cheia de medo. Então, eu lembrei que eu estava com o meu celular no bolso. Fiquei muito feliz, peguei-o, mas vi que estava sem bateria...

Então, comecei a chorar. Eu estava me sentindo uma idiota, ali, sozinha, no Museu, chorando igual a uma maluca. Ouvi de novo o tal barulho e, quando olhei para trás, vi um velho barbudo olhando para mim.

Ele perguntou:

- Por que você está chorando, menina?

Parei de chorar e respondi:

- Estou perdida... quem é o senhor?

- Eu sou Dom Pedro II. E você?

- Eu sou Mariana. Por favor, me ajude! Onde fica a saída do Museu?

- A saída fica daquele lado – ele apontou na direção da direita.

- Muito obrigada!

- Mas escute, Mariana. Por favor, não conte a ninguém sobre mim. Eu posso confiar em você?

Este encontro é um segredo nosso.

- Claro! Então... eu já vou indo. Devem estar preocupados.

- Tudo bem, tchau! – ele se despediu de mim e tornou-se invisível.

Fiquei assustada enquanto durou a conversa, pois eu nunca havia falado com um fantasma antes! Mas disfarcei. Segui o caminho que ele tinha me mostrado e, quando finalmente achei uma saída, encontrei um guarda.

“Tomara que não seja um fantasma”, pensei.

- Mariana, vá logo para o seu grupo, eles estão preocupados com você. Venha, siga-me.

- OK!

Quando cheguei junto ao grupo, ri de tudo o que tinha acontecido. Afinal, aquilo parecia um sonho!

TEXTO 7: “Museu anormal”


Aluna: Beatriz Mesquita – turma: 608

Tudo começou quando minha turma foi para o Museu da Quinta da Boa Vista. Lá, foi muito divertido, mas o imprevisto aconteceu. Eu avistei um dinossauro super diferente. Achei-o muito interessante e fui lá conhece-lo um pouco mais. Estava tão interessada que não percebi que a turma estava de saída.

Quando terminei de ler sobre ele, fui correndo procurar os outros, mas não encontrei ninguém.
Percebi que já era tarde demais. Olhei para o lado e vi um guarda. Gritei:

- Seu guarda, vem aqui!

Fui correndo até ele.

Quando encostei nele, vi que estava todo duro. Transformado em estátua! Levei o maior susto e me afastei, procurando um jeito de sair dali. Mas, infelizmente, tudo estava trancado. Quando cheguei à sala dos dinossauros, avistei uma poça de sangue no chão. Reparei que a pata do dinossauro estava sangrando! Assustada, olhei para cima: o animal estava olhando para mim, com aqueles olhos avassaladores!

Comecei a correr, mas, como os passos dele eram longos, não adiantou. Quando cheguei ao meio da sala estava aquele mar de dinossauros brigando, um comendo o outro.

Chegando à sala das múmias, reparei que não tinha nenhuma em seu devido lugar. Quando olhei para trás, vi três múmias, com aqueles seus braços esticados, apontando para mim. Saí correndo como uma maluca! Não vi a poça que estava no chão, escorreguei e bati com as costas! Pensei que tinha quebrado tudo, mas era impressão minha. Levantei-me rapidamente e continuei a correr. Parei para descansar e me deitei embaixo daquele dinossauro que voa. De repente ele veio voando em minha direção e não tive outra reação: no susto, abri meus olhos e então percebi que estava dormindo.

TEXTO 8: “O museu à noite”


Um belo dia, eu e os meus colegas do colégio fomos a uma excursão ao Museu da Quinta da Boa Vista. Durante o passeio vimos a Luzia, múmias, réplicas de animais pré-históricos... Depois de tudo isso, liberaram a turma para ir ao banheiro e beber água. Eu e o Felipe fomos fazer palhaçada, como sempre. Fomos conversando e andando pelo museu. Quando chegamos à sala das múmias, não havia ninguém lá. De repente, tudo escureceu. Ouviu-se um estrondo e houve uma tremedeira. Um feixe de luz começou a clarear o sarcófago que não havia sido aberto. Mas percebemos que uma pedra havia sido removida e ele, destampado. A múmia tinha virado pó e uma porta, no fundo do túmulo, se abriu. Felipe me perguntou:

- Vamos entrar?

- Eu não sei. – eu respondi – Vamos ver no Cara-e-Coroa?

- Cara é sim e coroa é não...

Jogamos com a sorte. E... deu cara! Nós fomos, afinal era a única saída. Quando chegamos lá embaixo várias lâmpadas se acenderam sozinhas, iluminando o lugar. No final do corredor havia uma porta. Quando demos o primeiro passo, uma múmia apareceu atrás de nós. Começamos a correr, abrimos a porta e a batemos na cara da múmia. Mas caímos desmaiados em seguida, sem ar.

Quando acordamos, estávamos do lado de fora do museu, em frente à cápsula do tempo, que estava aberta e vazia. Descobrimos que a Terra havia sido dominada por alienígenas e viramos refugiados na Quinta da Boa Vista, dentro da passagem secreta do sarcófago.

A Volta ao Mundo em oitenta dias... e uma voltinha pelo Rio de Janeiro do século XXI


Coordenador: Bernardino / Professora: Irene.

As turmas de sétimo ano estão lendo, neste trimestre, a famosa narrativa de Julio Verne A Volta ao Mundo em Oitenta Dias. Fíleas Fogg, o típico inglês comedido e inteligente; Faz-Tudo, seu criado francês, que na vida já fez de tudo um pouco e Aúda, a moça salva de um sacrifício na Índia são algumas das personagens do livro. A proposta de produção de texto foi a de que os alunos das turmas 1705 e 1707 imaginassem Fogg, Faz-Tudo e até Aúda desembarcando em pleno Rio de Janeiro do século XXI ... como pararam ali? O que pensaram de uma cidade tão diferente daquelas que encontravam ao redor do mundo em 1872? Mais aventura, impossível.

TEXTO 1: "Fíleas Fogg na baía de Guanabara"


Aluno: Leonardo Haubrichs - turma: 705

A bordo do navio “Henriqueta” Fíleas Fogg, Aúda e Faz-Tudo avistam no horizonte uma nuvem negra. Só lhes restava rezar para que não fosse uma tempestade. Deus parecia não ter ouvido suas preces: um temporal enorme atingiu o oceano Atlântico. O barco balançava muito, até que, no horizonte, uma onda absurdamente grande apareceu. Aúda se apavorou, Faz-Tudo se desesperou... mas, como era de costume, Fíleas se manteve sóbrio, sério e calmo. Quando a onda atingiu o barco, ele balançou muito e acabou virando de cabeça para baixo.

Depois do acidente, eles acordaram num hospital brasileiro. O médico lhes explicou que eles tinham sido encontrados desmaiados numa praia espanhola e, por incidente, tinham sido levados até um bom hospital brasileiro. Depois de todos recuperados, saíram de lá e logo Fíleas e sua trupe viram um H marcado no chão e, acima dele, um objeto gigante, com vidros e uma hélice. O inglês logo deduziu que aquilo era um meio de transporte... mas quando aquilo tinha sido inventado? Fíleas, curioso, perguntou a um senhor simpático:

- Por favor, em que dia nós nos encontramos?
- Dia 3 de outubro de 2008, ora...

Faz-Tudo entrou em pânico: era impossível seu relógio estar tão adiantado! Mais de um século! Fíleas deduziu que o acidente com o “Henriqueta” os havia levado a viajar 136 anos para o futuro. E, de alguma forma, eles tinham ido parar na América do Sul, mais exatamente no Brasil, mais exatamente na cidade do Rio de Janeiro.

Antes que acabassem de concluir tudo isso, eles foram assaltados por marginais, que levaram o relógio de Faz-Tudo. Depois de superado o trauma do assalto, eles combinaram que deveriam arrumar um jeito de voltar a seu tempo, vencer a aposta e chegar a Londres.

Faz-Tudo teve então uma idéia: pegar aquele meio de transporte com hélice e ir até Londres. Assim fizeram. Depois de muita confusão e dificuldade, embarcaram no monstro voador. Quando chegaram ao espaço aéreo inglês, Faz-Tudo sentiu uma forte dor de cabeça. E então acordou e percebeu que toda aquela aventura pelo Brasil não passara de um sonho provocado pelo ópio consumido na China...

TEXTO 2: "Fogg na Cidade Maravilhosa"


Aluna: Dandara Pollyana - turma: 705


Já saindo de Calcutá, Fíleas Fogg deveria pegar um trem para Bangladesh, junto com Faz-Tudo. Foram de carruagem até a estação e, já na plataforma de embarque, aconteceu uma fatalidade: por insistência de João, entraram antes de todos no trem. Porém, havia um detalhe: eles entraram no trem errado. Não obstante, prosseguiram a viagem, até que um sacolejo ocorreu de repente, alguns metros antes da estação seguinte.

Subitamente, surgiu diante de seus olhos uma enorme estação (que parecia ser subterrânea) e estranhos trens cor de prata. Inesperadamente, uma voz “desencarnada” falou: “Next stop: Largo da Carioca Station”. Assustados, saltaram.

Faz-Tudo arregalou os olhos diante de uma bizarra cena: vestimentas e pessoas estranhas, lojas horríveis e senhoritas que aparentavam estar falando sozinhas, com a mão na orelha... Indiferente, Fíleas Fogg iniciou um reto trajeto até uma cabina, pensando em carimbar seu passaporte, onde quer que estivesse, e depois pegar outro trem.

Aproveitando a ocupação do patrão, Faz-Tudo saiu para explorar aquela terra diferente. Conseguiu, com alguma dificuldade, arrumar uma “passagem” para uma espécie de mini trem: o bonde do Pão-de-Açúcar. Ele ficou maravilhado com o passeio, mas, no fim da viagem de volt, a corda que segurava o carro lá em cima arrebentou, e o bondinho ficou suspenso por apenas um fio. João Faz-Tudo, graças ao seu ex-emprego de bombeiro, saiba exatamente o que fazer: levou todos os passageiros até a estação, pendurado pela corda, com incrível agilidade e forçando-se a não olhar para o chão.

Depois de receber todas as honras, o francês voltou ao encontro do patrão. Pegaram o mesmo trem e voltaram a ... 1872.

TEXTO 3: "A máquina do tempo"


Aluno: Raphael Fernandes - turma: 705


Fíleas Fogg, Aúda e Faz-Tudo estavam nos Estados Unidos, viajando para Nova York, de trem. Os três estavam dormindo. Depois de um tempo, Fíleas Fogg acordou e foi ao banheiro. Quando passou pelo vagão das bagagens, viu um homem de mais ou menos cinqüenta anos. Ele mexia numa máquina grande e esquisita. Fíleas achou estranho, porque de repente saiu uma luz do meio da máquina. Ele resolveu chamar Faz-Tudo e Aúda, que estavam dormindo. Quando os três chegaram ao vagão de bagagens, viram o mesmo homem entrar dentro da máquina esquisita e desaparecer. Muito curiosos, foram ver de perto o aparelho e acabaram sendo sugados pela máquina. Os três, sem mais nem menos, apareceram no centro do Rio de Janeiro...

Fíleas perguntou para um homem que lugar era aquele. Ele respondeu que era o Rio. O relógio de Faz-Tudo estava com os ponteiros girando sem parar e muito rápido. Eles viram numa placa de rua a informação de que aquele era o dia 3 de outubro de 2008.
Os três se perguntavam, “Como fomos parar aqui?”. E “Como sairemos daqui?”.
Primeiro eles acharam tudo muito estranho: aqueles prédios muito modernos, centenas de carros passando... No centro da cidade, eles eram o centro das atenções, por causa de suas roupas antiquadas.

Eles pensaram no que fariam. Aúda falou primeiro, “Nós temos que ir atrás daquele homem que nós vimos entrando na máquina... parece ser máquina do tempo”. E Fíleas concordou, “Certo, temos que fazer isso”. E Faz-Tudo disse, “Vamos correr. Ele não deve ter ido longe”.
Começaram a procurar o homem, perguntando às pessoas se tinham visto alguém parecido. Um rapaz que sabia inglês informou que o tinha visto na Central. E os ensinou a chegar lá. Mas quase foram atropelados, porque não entendiam os sinais. Acabaram vendo o homem e conseguiram falar com ele. Fíleas perguntou como eles tinham chegado ali e como voltariam. O homem, que parecia um cientista, respondeu que eles tinham utilizado uma máquina do tempo, que os transportara na velocidade da luz e por meio do espaço quântico. O cientista a tinha inventado por meio de vários estudos e ainda disse que, para voltar, ele teria de construir outra máquina. Para isso, precisaria de equipamentos e de dinheiro. Fíleas disse que pagaria tudo, porque ainda tinha muitas libras, que estavam com Faz-Tudo.

Sete dias eles levaram para construir a máquina. Durante esse tempo, viveram do dinheiro de Fíleas. O homem fez com que a máquina, depois de usada naquela viagem, se auto-destruísse, para que ninguém a descobrisse.

Eles então fizeram a viagem, que foi o maior sucesso. Mas quando chegaram, depois de um tempo, os índios atacaram o trem e a primeira máquina do tempo, que estava ali, foi destruída. Chegaram à mesma hora e dia em que tinham saído do trem. E continuaram a volta ao mundo em oitenta dias, tranqüilamente.