quinta-feira, 9 de outubro de 2008

TEXTO 3


Aluna: Bianca Manso da Silva - turma: 606

Era uma quinta-feira e fui para o Museu da Quinta da Boa Vista, em um passeio escolar. Confesso que achei que ia ser chato. Ora bolas, eu queria diversão naquele dia, pois havia melhorado de uma gripe horripilante!

Bem, voltando ao passeio: nós, minha turma e eu,fomos até lá andando. Os alunos, literalmente, pararam o trânsito no caminho.

Quando chegamos ao museu, esperamos de cinco a dez minutos no sol quente. Quando finalmente entramos, nos deparamos com a catraca e logo depois com o meteorito de Bendegó.
Logo depois, começamos a nos sentar e levantar o tempo todo para ouvir as explicações sobre cada coisa e olhar os objetos de cada sala.

Vimos tudo, ou melhor, quase tudo. Quando estávamos voltando, parei, porque fiquei fascinada pela sala das múmias. Meus olhos não desgrudavam delas e muito menos das palavras que eu tentava decifrar naquelas pedras. Fiquei sentada por horas e não consegui decifrar um símbolo sequer. Levantei-me com a auto-estima lá nos confins do mundo.

Depois de xingar, bater e insultar a minha inteligência, percebi que eu estava sozinha, desamparada, rejeitada e com fome. Eu tentava me concentrar na situação mas só pensava na pizza que comeria na chegada da escola, se é que eu voltaria para lá naquele dia fatídico e chato. Além de ir ao museu, simplesmente porque eu não queria perder matéria e tal, será que ia fazer parte do trabalho dormir COM a matéria?

Tempos depois, percebi que o museu estava realmente fechado e que todos já tinham ido embora. Olhei para o relógio, desesperada, e me deparei com a hora, eram exatas seis e meia da tarde. Minha primeira reação foi gritar “caramba!”, e ouvir o eco da minha voz.

Quando olhei para trás, vi as múmias se levantando! Fiquei com muito medo e achei que elas iam me atacar! De repente uma delas apertou um botão que se localizava em um controle e abriu um buraco no teto. Uma coisa descia sem parar. Surpreendi-me quando vi o que era: simplesmente, um globo de vidro, desses de boate. E todas começaram a dançar. Dez minutos depois, pararam.
Fiquei pálida quando vi que, de dez em dez minutos, aquilo se repetia em salas diferentes. Passei de um lado para outro para ver a festa de diferentes povos e histórias, pois vários deles haviam desaparecido jovens ou tragicamente.

A última sala era a que falava sobre alguns povos indígenas. Ela tinha um desenho estranho (os índios estavam comendo um órgão de um ser humano). Passei por essa sala reclamando:

- Ai, que fome!

E um fato inusitado aconteceu: o desenho falou, dirigindo-se a mim:

- Quer um pouco? Nós temos muito aqui!

Minha reação foi sair correndo. Mas fui vencida pelo cansaço e acabei dormindo na sala dos dinossauros.

Acordei no outro dia renovada e com mais fome. Dei-me conta de que ninguém havia me procurado. Senti-me abandonada mas, quando raciocinei mais claramente, pensei que minha família não poderia ter feito aquilo comigo.

Bom, isso não importava. Precisava sair daquele lugar e continuar minha vida de onde tinha parado. Consegui sair de fininho e percebi que todos estavam lá fora, todos os alunos. Ou seja: o mundo tinha parado enquanto estava lá dentro. Aquele museu se transportava para outra dimensão à noite. Entendi então o porquê de ninguém me ligar naquele dia...

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